Súmula Histórica

Segundo dados históricos da então freguesia de Mamouros, no século XVIII por volta do ano de 1758, o pároco faz referência às águas das Termas do Carvalhal: “há sim uma porção de água que sai de um mineral que a pobreza da terra faz ignorar a sua virtude”. Na Idade-Média este território pertenceu ao julgado de Alva, que acabou por ser destruído pelo liberalismo. Segundo uma carta de D. Pedro foi abadia do padroado real desde os tempos da colonização da região serrana. Mais tarde a abadia passou para a Casa de Alva, donatária do concelho, seguindo, nos meados do século XVIII, para a Condessa de Alva, D. Constança Monteiro Pain, depois sua irmã D. Maria Antónia de S. Boaventura e Meneses Pain.

Alva teve foral novo concedido por D. Manuel em 1514. Contudo, sabe-se que teve outro foral, anteriormente, pelo Conde D. Henrique e posteriormente confirmado por D. Afonso III. Desta forma, Alva já se encontrava formada e até teria uma importância económica anterior à fundação da Nacionalidade Portuguesa.
Alva era um pequeno concelho medieval que pagava os seus impostos de acordo com as terras que lavravam por cada jugo de bois. Desta forma, D. Manuel e o seu foral, no século XVII, determinam que quem lavrasse com um jugo de bois deveria pagar seis quarteiros de pam meado, a saber: centeio e milho, quem lavrasse com uma vaca e um boi, um moyo e sesteiro, quem lavrasse com duas vacas, pagaria três quarteiros, quem tivesse apenas um animal e pedisse emprestado o outro também teriam de pagar a jugada; aqueles que lavrassem com bois alheios – pagariam segundo a quantidade de pão. O foral atualiza as suas medidas usadas para o pagamento e prevê isenções para os órfãos que herdassem terras incultas dos seus progenitores, penalizando aqueles que abandonassem as terras por desinteresse. O foral determina também a quantia a pagar pelo cultivo do vinho, criação de porcos (retirando-se a banha para pagar parte dos impostos), pela criação de galinhas e cultivo do linho.

No tempo de D. Afonso III quem construísse casa em Alva pagaria dois soldos. D. Manuel aumenta o imposto para dois reais e meio, contudo os lavradores dispunham de moutados e maninhos que usavam livremente, segundo estes sempre “esteveram e se conthem em huma sentençaa que sobre isso houveram em nossa Rellaçom do Juiz…”. Em 1258, Alva já teria construído uma igreja na herdade do rei. O padroado pertencia ao povo porque, possivelmente, foi feita às custas da população. Mais tarde tudo passou para o padroado real e D. Afonso V doou-a a João Roiz Borges juntamente com as igrejas de S. Miguel de Mamouros e Santa Maria de Pepim. De família em família estas terras foram pertencer a um Sousa de Santarém enquanto o padroado permaneceu nos domínios do Conde de Alva. O primitivo concelho de Alva, a quem pertencia as paróquias de Pepim e Mamouros, foi suprimido no século XIX integrando-se no concelho de Castro Daire.